No âmbito das comemorações do seu 50.º aniversário, a Fundação Calouste Gulbenkian achou e bem (aplausos!) realizar uma exposição retrospectiva da arte portuguesa que tem vindo a beneficiar do seu apoio, o que, obviamente, não é o mesmo que falar de "50 anos de arte portuguesa" título-chavão mas que não é certamente chave da arte portuguesa das 5 últimas décadas, a não ser de uma porta mais pequena daquela que pretende anunciar, já que apenas se trata efectivamente de uma "selecção de centena e meia de obras da colecção do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão escolhidas em articulação com a documentação existente sobre os artistas apoiados, em subsídios e bolsas, pela Fundação desde 1957 até à actualidade" (cf. http://www.gulbenkian.org/exposicoes.asp ).
Com efeito, faltam alguns nomes essenciais (conhecidos do grande público ou não), porquanto o(a)s "olheiros" (expressão que pedimos emprestada à gíria futebolista) da Fundação Gulbenkian, por vezes, anda(ra)m distraído(a)s, mas mesmo assim vale a pena dar lá uma saltada para revisitar os consagrados e espreitar outros que não tanto (o que não se traduz em juízo de valor) .
«"50 ANOS DE ARTE PORTUGUESA. Exposições. De 06/06/2007 a 09/09/2007 . Terça, quarta e domingo: 10h00 - 18h00 quinta, sexta e sábado: 10h00 às 22h00. Salas de exposições temporárias no piso 0 e 01 da Sede.
Esta exposição de arte portuguesa, que integra o programa das Comemorações do Cinquentenário da Fundação Calouste Gulbenkian, é uma iniciativa conjunta do Serviço de Belas-Artes e do Centro de Arte Moderna, com curadoria de Raquel Henriques da Silva, em colaboração com as curadoras-adjuntas Ana Filipa Candeias e Ana Ruivo.
A exposição apresenta uma selecção de centena e meia de obras da colecção do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão escolhidas em articulação com a documentação existente sobre os artistas apoiados, em subsídios e bolsas, pela Fundação desde 1957 até à actualidade. Este cruzamento, colecção e arquivo, permite que as obras de arte possuam um lastro significante, vindo da voz dos seus próprios criadores, através dos seus relatórios de trabalho.
Deste modo, 50 anos de arte portuguesa pretende ser uma peculiar celebração: a de um intenso convívio entre uma instituição e largas dezenas de artistas – conjunto vasto de autores com elevado reconhecimento na História de Arte Portuguesa – que envolve apreço, mútua dádiva, estabelecimento de novas prioridades e algumas provocações.
Visitas para grupos organizados mediante marcação prévia – tel. 217823620 (marcações 2ª a 6ª das 15:00 às 17:00) Idiomas: português, inglês, francês e alemão»
Ars Integrata irá lá estar no domingo, dia 17, pelas 11h (a visita começa às 12h, mas não queremos arriscar uma "lotação esgotada"), para assistir à visita guiada por Ana Gonçalves, que apenas conhecemos como jovem pintora muito promissora (mas sobre a qual ouvimos dizer que é uma perfeccionista em tudo quanto se empenha). No final seguiremos para um restaurante das proximidades (no topo do Parque Eduardo VII, vista para o lago), onde faremos um balanço do que "vimos, ouvimos e lemos / não podemos ignorar..." (Padre Francisco Fanhais dixit)
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p.s.: pouco antes do 25 de Abril de 1974, João Zink (o "Jimi", lembram-se?) teve a polícia no seu encalço (valeu-lhe na ocasião o amigo/líder da claque de apoio, "TóPê" e o seu grupo de motards, o que não impediria a sua posterior prisão pela PIDE), por se ter permitido tocar em concerto público uma variação do hino nacional com pedal de wah-wah (alla Hendrix), hoje é uma poderosa instituição que promove uma variação em torno desse outro símbolo nacional: a bandeira. Será esta a prova definitiva de que vivemos em democracia?
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